Capítulo 4
Aeroporto Internacional
Cidade do México
Estacionamento
Adan levantou a cabeça tentando relaxar, havia fechado os olhos novamente ainda tentando meditar, quando abriu seus olhos, aos poucos, se espantou com o reflexo que viu nos vidros do carro, uma centena de pessoas em chamas, andando em direção a ele, quase todas carbonizadas, virou-se para trás e não havia nada.
Ele fechou os olhos novamente e debruçou de costas o corpo sobre o carro, levou às mãos a cabeça, respirou fundo, disse a si mesmo que não estava acontecendo aquilo, imaginou que aquele realmente já havia se tornado um mal dia, ajeitou a roupa e abriu a porta do carro, pegou seu crachá, vestiu-o com o cordão de ceda que o tecia, em volta do pescoço, fechou a porta do carro, deu outra conferida no estacionamento, continuava vazio a não ser pelos carros estacionados, então ajeitou mais uma vez o uniforme e seguiu para o prédio do aeroporto.
- Senhor Fall, Adan Fall. – Uma forte voz vinda de trás ecoou dentro do estacionamento, se espalhando e ecoando ao longe.
- Quem está ai? Quem é você, o que você quer de mim? – disse ele totalmente trêmulo, seu coração bombeava como nunca antes, parecia que um estado de pânico descontrolado tomava seu corpo, virou-se para trás e não viu ninguém.
- Quem é você, porque não aparece, quer me assaltar? Ou matar? Eu não tenho nada cara leve o carro é a única coisa de valor que tenho comigo.
- Senhor Adan. – ecoou novamente a voz dentro do estacionamento, parecia uma voz imensamente poderosa, um tom feroz.
- Pode aparecer? Agente pode conversar, eu não vou reagir você pode levar o que você quiser, eu entrego para você as chaves do carro! – ele estava desesperado girava e olhava em todas as direções esperando ver a pessoa que lhe chamava.
Olha, não sei como sabe meu nome, mas, não importa só não quero que me machuque.
- Aparecer? Eu estou aqui senhor Adan, e não vou machucá-lo, você é de grande importância para mim!
- Eu sou o quê? Importante para você? Que coisa, é o seguinte, amigo, eu não me importo que leve nada não e segundo, se você pensa assim, eu não tenho nada contra, mas eu não sou adepto da homossexualidade não! – disse ele com uma cara de espanto e um sorriso debochado.
Escuta só, deixa-me ver você ai agente...
- Seria bom senhor Adan, mas não funciona assim – interrompeu a voz – se você me ver agora possivelmente vai pirar, e seu cérebro irá torrar até as cinzas, acredite eu não estou brincando com você, preciso que aceite me ver para poder ver, e honestamente espero um sim do senhor, pois sua ajuda me será de muita importância.
- Ah! Bem, então está me dizendo que se eu vejo você vou pirar, que legal me sinto super aliviado com isso. – satirizou de forma séria Adan.
- Qual é a sua cara? Estou tendo um péssimo dia, está tudo fora de controle estou com uma dor de cabeça infernal...
- Opa! Muita calma lá com as palavras, você não tem a mínima idéia do que é a dor de cabeça do inferno, e se eu fosse você não iria querer saber!
- Legal! Meu dia ta uma droga e agora pra completar estou conversando com um louco que deve estar totalmente viajado nas drogas, você deve ser um psicopata louco que está à solta por ai, diz ai pra mim, você é adepto dessas coisas de magia negra não é? Está afim de carne nova para seus rituais idiotas, qual é cara vá embora eu preciso salvar meu emprego. – gritou Adan
- Sabe senhor Adan, você é interessante, parece ser mesmo durão como dizem por ai, realmente entendo por que você foi escolhido, e preciso de sua ajuda ou terei que matá-lo!
- Como é? Matar? Que papo de louco meu, quer destruir o mundo, vá sozinho, eu não sou adepto de nada, que papo é esse de escolhido, se sabe tantas coisas de mim qual seu nome afinal, acho que ainda não se apresentou! – Adan estava frio por dentro aquele papo parecia loucura, mas a sensação que ele sentia era algo totalmente novo, pôde sentir calafrios no coração.
- Oh! Que magnífico, pensei realmente que não iria perguntar!
- Talvez já tenha ouvido falar de mim, senhor Adan, meu legado é bem antigo, muito antes do seu nascimento.
- Quê, vai me dizer que você é o Batman? – satirizou Adan
- Bem gracioso você se acha não é senhor!
- Há muito tempo atrás, eu fui conhecido como um grande e poderoso guerreiro, era venerado por todos os outros guerreiros, me chamavam de “anjo da luz”, o braço direito do poderoso Deus, mas eu fui castigado por ele, sem motivos certos, ele passou a me odiar, e eu me revoltei, assim como um filho se revolta com um pai por lhe castigar sem motivos, você sabe o que é isso senhor Adan? Lutar contra seu próprio pai, posso lhe dizer que é horrível, ao fim, meu próprio irmão, lutou contra mim e me expulsou da minha casa, Deus criou um lugar para me prender, me castigou eternamente, mas finalmente, eu estou tendo a chance de ser liberto, estou quase livre dessa prisão, desse sofrimento, mas eu não quero vingança eu só...
- Espera um minuto! Está me dizendo que era filho de Deus? E que ele castigou você sem motivos? Ah qual é cara, você já se drogou de mais e ta tendo alucinações bem loucas ai, eu já ouvi e conheço bem a historia do filho de Deus e sei que ele não foi castigado, ele morreu para salvar a humanidade, eu acho. – Interrompeu Adan
- Sério senhor Adan? Pensei que fosse um ateu assumido!
- E se quer saber você não está errado, mas eu não sou Yehoshua!
- Como é? Você não é quem? – Adan já estava achando uma conversa bem louca, e estava espantado com o que ouvia.
- Pelo amor do Pai! Jesus! Você não conhece sua história não é!
- Tudo bem você está certo! Eu não conheço, mas se você não é Jesus quem seria você? – questionou ele.
- Se deseja mesmo saber, meu nome é Lúcifer! – Respondeu com destreza e tom de orgulho a voz.
- Ou! Ta brincando comigo? Lúcifer, Lúcifer? O famoso Anjo caído? – agora uma sensação de fraqueza tomava conta de Adan o nome Lúcifer tinha forte impacto em seus ouvidos, seus olhos estavam atentos, ao redor, mas ainda não podia ver nada só os carros no estacionamento, ele estava praticamente descartando a possibilidade de ser um assaltante drogado.
- Sim! Finalmente parece que começa a aceitar a realidade, preciso de ajuda Adan, preciso que me ajude, estou por anos perdido, preso, castigado, finalmente tenho a possibilidade de sair, finalmente eu poderei encontrar com Deus e... – o tom da voz era calmo e fraco Lúcifer falava como um sofredor quase sem esperanças, desesperado.
- E lutar com ele? É isso não é? Quer se vingar de Deus, tu queres destruí-lo! – gritou Adan
- Não, Jamais, ele é meu criador, meu pai, eu só quero fazer as pazes com ele, e mesmo que fosse por vingança, seria loucura da minha parte, Deus me criou, ele pode me destruir também! – Lúcifer falava agora com a voz moderada.
- Sei, e por que você precisaria da minha ajuda? Justo de mim, sou apenas um cara, vivendo a minha vida, acho que não poderia ajudar muito você. – retrucou Adan
- Você não conhece a força que tem Adan, eu posso lhe mostrar as verdades, o mundo cheio de mistérios, e você poderá saber de todos eles, os poderes que você tem, mas estão adormecidos dentro de você – Lúcifer falava com tom de interesse.
- E porque eu deveria acreditar em você? Até onde eu sei, eu não deveria, você pode muito bem querer me enganar – Adan parecia estar bem mais calmo e sentia-se conversando a altura.
- Eu já falei a você só preciso de ajuda, só quero fazer as pazes com meu pai, não pode ajudar numa reconciliação de pai e filho? Não posso te convencer com simples contos e palavras Adan, eu sou a luz posso mostrar tudo a você, você vai compreender tudo que quero dizer. – falou com tranquilamente Lúcifer.
- Certo, digamos que eu aceite ver a luz que você quer me mostrar, logo eu teria que fazer o que para lhe ajudar? Sair matando várias pessoas e coletar bastante sangue pra você, para que as almas sejam suas? – Adan estava sério e firme nas palavras.
- Não! Você anda vendo muitos filmes de terror, só precisa me libertar da porta que está me prendendo no inferno, pense bem, já ouviu falar em fim do mundo? Você me liberta agente sobe bate um papo rápido com Deus, faz as pazes, volta e pronto acaba essa guerra milenar ninguém se machuca e você ainda vai sair como um herói, o homem que mudou a história do mundo, que tal? Só precisa me responder, Sim ou Não. – disse Lúcifer com tom de esperança enquanto as palavras invadiam a cabeça de Adan.
- É só dizer Adan, Sim ou não? Para a luz – Lúcifer estava falando em tom calmo e convincente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário