segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Último Apocalipse - Capítulo 9

Capítulo 9

Aeroporto Internacional

Estacionamento

Um silêncio sepulcral, Adan estava caído no chão do estacionamento ao lado de seu carro, estava inconsciente, ao seu redor apenas um estacionamento aparentemente vazio, o alarme de seu carro de repente disparou, ele despertou com o som caco-fônico que ecoava no estacionamento. Sentiu falta de ar, seu corpo estava todo dolorido, era como se tivesse sido espancado, girou seu corpo para sair da posição que estava e deitou-se de peito para cima, sua vista estava meio embaçada, caçou nos bolsos a chave do carro e em seguida desligou o alarme, aos poucos levantou as costas do chão e sentou-se, as dores no corpo estavam intensas e doloridas a cada movimento, se apoiou no carro e fez esforço para ficar de pé, não estava fácil suas pernas estavam fracas e bambas, encostou as costas no carro em seguida apoiou as duas mãos sobre os joelhos e inclinou um pouco o corpo para a frente dobrando um pouco os joelhos, de olhos fechados buscou um pouco de ar, aos poucos as dores foram diminuindo, arrumou a postura, abriu os olhos e levou a mão direita a cabeça, ainda estava meio zonzo, aos poucos a vista embaçada foi normalizando, só haviam carros no estacionamento, lembrou-se do que havia passado, olhou para o teto e viu a lâmpada sobre ele, a última lembrança que tinha dos acontecimentos antes de apagar, olhou para os carros ao redor então apertou os olhos para confirmar o que estava vendo, não havia arranhões no carro como ele lembrava ter visto.
Adan levou as mãos a cabeça e debruçou o corpo sobre o carro, afinal o que estava acontecendo com ele, estava se achando um louco, tudo havia sido tão real. Teria sido apenas um sonho? Questionou ele consigo mesmo. Uma forte dor de cabeça repentina tomou conta de Adan, a dor era tão intensa que suas pernas passaram a enfraquecer, ele se ajoelhou com as mãos na cabeça, inclinou o corpo para frente até encostar a cabeça no chão, não estava agüentando sua cabeça parecia estar prestes a estourar, começou a ouvir o som de um cão raivoso latindo um som do inferno, ele começou a gritar com a dor, abriu os olhos buscando ver o cão, aos seus olhos à imagem do estacionamento começou a se destorcer e ele via cenas dos carros sendo arranhados, logo os carros voltavam ao normal e em seguida a distorção, as cenas ficavam se alternando, repentinamente tudo parou as cenas, a dor de cabeça, ainda de joelhos ele apoiou as mãos sobre o chão e respirou para recuperar o ar, estava sem fôlego, olhou ao redor e tudo estava normal de novo.
As coisas pareciam ter voltado ao normal, ele estava parado olhando para o além em busca de respostas, quando ouviu novamente o som de um cão, passou a sentir uma forte dor no peito, algo parecia estar rasgando o seu peito, um sofrimento horrível, novamente veio o silêncio e a dor diminuiu desesperadamente ele abriu com força seu uniforme de botões peitorais, não acreditava no que estava vendo. Mas que merda é essa? Questionou ele.
No peito de Adan havia duas imensas feridas, a marca da cicatriz de dois cortes imensos que começavam na altura do peito e desciam até a altura do umbigo, pareciam ter sido feitas pela garra de um animal monstruoso, as feridas mesmo cicatrizadas ainda doíam bastante, ele não estava entendendo mais nada, uma loucura sem fim.
Adan estava em um estado traumático, largou tudo para trás e seguiu para o prédio, estava passando pela travessia do estacionamento para o prédio quando uma forte ventania começou, ele pensou já ter sentido aquilo antes, parou e ficou quieto, quando viu a enorme sombra passando por ele, olhou para o céu, não muito acima dele avistou um Boeing 737 caindo.

Adan correu para se proteger enquanto o Boeing entrava se chocando e destruindo o teto do estacionamento, estava em chamas quase em sua totalidade, despencou sobre os carros e parou, Adan correu para ver de perto, imaginou que desgraça havia acontecido não se podia fazer mais nada era tarde de mais, ele seguiu para tirar seu carro de lá, não havia sido atingido pelo Boeing, mas imaginou ele, que logo poderia haver uma explosão, chegou ao lado do carro e buscou as chaves nos bolsos, quando olhou no vidro o reflexo lhe deixou perplexo, uma cena que para ele era familiar, as pessoas estavam saindo do avião por todos os lados, muitas saiam correndo e gritando totalmente em chamas, trêmulo e paralisado ele olhava para cena refletida nos vidros do carro. Meu Deus do céu. Murmurou ele.
Adan entrou no carro e saiu do estacionamento, estacionou a frente do prédio do aeroporto, em seguida retornou quando atravessou à porta de entrada do estacionamento uma multidão de pessoas já assistia a desgraça no estacionamento, muitas até estavam passando mal, ele passou correndo entre a multidão em direção ao prédio, dirigiu-se direto para a recepção atrás de sua irmã, ao chegar à recepção não havia ninguém estava vazia, então entrou em desespero saiu correndo pelo salão do aeroporto sem direção certa, queria encontrar Keyse e sair dali, depois de um tempo correndo, o cansaço já estava tomando espaço, e ele desesperado e com mau pressentimento não sabia o que fazer, com as costas encostou-se a uma parede e colocou a palma de sua mão direita sobre o rosto tampando seus olhos, respirou fundo e pensou consigo mesmo que não podia entrar em desespero, só iria piorar as coisas, até o momento ainda não sabia o que realmente estava acontecendo precisava encontrar Keyse e sair dali, precisava de muitas respostas.
Adan tirou a mão de seu rosto e sentiu-se zonzo uma tontura repentina o acometeu, sua vista começou a destorcer novamente, o ambiente ficou frio, e um silêncio tomou conta do local, ele fechou e abriu algumas vezes os olhos e não acreditava no que via, sua vista estava cinza, e tudo ao seu redor parecia estar lento, podia ouvir e perceber cada movimento dos acontecimentos próximos a ele, então ouviu uma conversa entre duas mulheres, olhou ao redor e não conseguiu enxergar ninguém conversando, buscou entre as pessoas que passavam lentamente pelo salão, ouviu uma das mulheres batendo levemente as palmas da mão, ele girou e buscou, aos poucos foi andando e observando, então parou, arregalou os olhos e não acreditou, ele estava olhando para uma cabine de controle a aproximados vinte metros de distância dele, ao longe via o leve semblante de duas mulheres conversando, uma aparentava estar batendo as palmas da mão, assustado ele olhava atentamente para ver o sincronismo do som com os movimentos dos semblantes das mulheres, apertou os olhos para ver melhor, e para sua surpresa, sentiu algo mudando em seus olhos, sua visão se aproximou da cena como se estivesse controlando com um zoom de um binóculos, ele se assustou e balançou a cabeça, aquele novo mundo de cor cinza era assustador para ele.
Encostou-se em uma parede e fechou seus olhos por um momento, então ouviu algo bem estranho, uma respiração ofegante, alta, parecia que estavam respirando bem em seu ouvido, abriu os olhos assustado, ainda estava sozinho no canto, encostado na parede, soltou um enorme suspiro e relaxou, foi quando seus olhos arregalaram-se com a imagem que avistou, olhando para o salão via dentre todo o mundo cinza, caminhando entre as pessoas algumas pessoas em tom totalmente branco, ele estava pasmo, via muitas pessoas de branco, um homem passou em frente a ele, parou e olhou em sua direção, ele arregalou novamente os olhos, sentia como se estivesse diante de um fantasma, o homem era pálido e tinha ferimentos pelo corpo como se tivessem ateado fogo em seu corpo, logo um grupo de pessoas em tom de cinza passou através do homem como se fosse um fantasma, Adan arregalou mais ainda seus olhos, o homem reagiu balançando as mão em protesto, aparentava estar gritando muito, mas Adan não ouvia nada, olhava atentamente para o homem e o grupo de pessoas que seguiu seu caminho sem parar, o homem então olhou para si mesmo, para seus ferimentos então entrou em desespero, acontecia a mesma coisa aquela cena era horrível Adan podia vê-lo se expressando, mostrando o sofrimento mas não podia ouvir, e parece que nenhuma pessoa ao seu redor também, o homem parou e olhou para Adan então veio andando em direção a ele com uma de suas mãos estendidas em sua direção como se estivesse tentando alcançá-lo, nesse momento a cabeça de Adan começou a doer novamente, sua vista embaçou, a dor era intensa ele fechou os olhos e quando abriu tudo estava normal de novo, aquele mundo cinza tinha sumido.
Sem perder tempo ele seguiu novamente atrás de sua irmã, só queria encontrar-la e sair logo dali, o aeroporto passava a ser um lugar que com certeza lhe dava calafrios.
Andou e rodou o aeroporto em busca de sua irmã e não conseguiu, já estava desiludido, parou em uma sala de espera no 3º andar, sentou-se em uma cadeira, lembrou-se do acidente no estacionamento, seguiu até a janela da sala que era de vidro, de lá conseguiu ver o estacionamento bem transtornado, uma multidão rodeava o local, mas os bombeiros e a policia já estavam por lá também, lá de cima podia ver a cena triste, uma fila de corpos cobertos por sacos pretos estava dispersa sobre o chão, se afastou do vidro e se deparou com uma mulher parada na porta da sala, um imenso susto, um arrepio na espinha, ela estava toda de branco e também era pálida como se não houvesse uma gota de sangue correndo pelas suas veias, era como um visão, ele olhava atentamente para a mulher, mas ela parecia uma imagem em um vídeo que se destorcia, e piscava sumindo e aparecendo, a mulher olhava para ele diretamente, não piscava, não falava, não havia gestos, a imagem se destorceu mais um pouco e sumiu, ele parou e suspirou. Run! Qual é? Sinto-me no filme o sexto sentido. Satirizou a situação com frieza.
Alguns minutos depois ele estava no banheiro que ficava no salão principal, lavou seu rosto e saiu, do outro lado no mesmo corredor de frente para o banheiro dos homens havia o banheiro das mulheres, as luzes piscavam e a porta estava entre aberta, Adan sentiu o ambiente ficando frio novamente, olhou ao seu redor e não viu nada diferente, o hálito que saia de sua boca causava uma pequena fumaça como se estivesse respirando em uma temperatura abaixo de zero graus, um vulto começou a piscar em frente a porta do banheiro feminino, ele olhou atentamente para o vulto, a silueta de uma pessoa estava se formando entre piscadas e destorcidas, era Keyse, ele abriu os olhos, keyse estava bem na sua frente como um fantasma, pálida, toda em branco, deu as costas a ele e entrou no banheiro, ele saiu lentamente andando em direção a porta, estava trêmulo, seus olhos molhavam seu rosto com lágrimas, empurrou a porta lentamente, o ambiente se tornava extremamente sinistro com as luzes piscando, ele entrou e seguiu até o fundo do banheiro, no espelho com imagens retorcidas e alternadas, via arranhões de cão, havia algo caído no chão.

Com amor mamãe e papai. Estava gravado no pequeno coração do colar que Keyse usava em seu pescoço, Adan também tinha um, seus pais deram para eles quando eram crianças, o pequeno coração podia ser aberto por um dos lados dividindo em dois lados, na parte de dentro de um lado estava a mãe de Adan segurando ele quando era um bebê ainda, e do outro estava o pai segurando keyse quando bebê também.

Adan fechou a mão apertando o coração do colar e sobre ela colocou a outra mão também, levou-as ao peito e ajoelhou-se em pranto, lágrimas caiam sem parar, ele sabia algo havia acontecido com keyse, o desespero apertou o peito, uma dor insuportável, fechou os olhos e prometeu que faria tudo para salvá-la.

Um comentário:

  1. AEwwww Galerinha demorou mais saiu! 9º capítulo do livro disponível pro cés!

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